O que é a depressão? Hoje em dia a palavra “depressão” surge-nos com muita frequência. Os problemas de saúde mental parecem estar mais na ordem do dia, também porque são mais falados. Falar sobre esta condição, compreendê-la melhor, é o primeiro passo para conseguirmos encontrar respostas mais eficazes para a mesma.
A perturbação depressiva é um transtorno mental grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É caracterizada por sentimentos de tristeza, desmotivação e falta de interesse em atividades que normalmente são prazerosas. É importante não confundir esta doença com a tristeza ou um estado de humor deprimido, mas passageiro.
Podemos estar tristes e todos temos momentos em que nos sentimos mais deprimidos e em baixo, e isso não significa que tenhamos uma perturbação de humor clínica clínica. Na verdade, tudo depende da frequência, intensidade e duração do humor deprimido, bem como a presença de outros sintomas e critérios de diagnóstico.
Porque é que acontece?
Os esepisódios depressivos podem ser desencadeados por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e psicológicos. Alguns sinais mais comuns são:
- Fatores genéticos e hereditários: Estudos sugerem que a depressão pode ter uma predisposição genética. Pessoas com familiares de primeiro grau que tiveram perturbações depressivas são mais propensas a desenvolver a doença;
- Desequilíbrio químico no cérebro: Esta doença pode ser causada por um desequilíbrio de neurotransmissores no cérebro, incluindo serotonina, noradrenalina e dopamina (que são responsáveis por sensações de prazer, bem-estar e motivação);
- Stress: Eventos de vida negativos ou stressantes, como por exemplo morte de uma pessoa próxima, dificuldades financeiras, perda de emprego, fim de um relacionamento, entre outros;
- Doenças crónicas: Pessoas com doenças crónicas, como cancro, doença de Alzheimer e doença de Parkinson, podem ter um risco aumentado desta doença.
Causas da depressão
Podemos comparar as perturbações depressivas a uma manta de retalhos, onde não é necessário ter um recorte de determinada cor ou tamanho, e onde o que interessa é como as diversas formas se vão encaixando para criar o resultado final. Ou seja, queremos com isto mostrar que não há uma causa única e definitiva para esta doença, mas sim um conjunto de fatores que contribuem para o desenvolvimento, instalação e manutenção do quadro depressivo.
Efetivamente, até ao momento, não foram identificados marcadores biológicos ou ambientais que nos permitam estabelecer uma relação de causa-efeito em pessoas com depressão, ainda que existam fatores de maior vulnerabilidade que, quando alinhavados em determinado padrão, pode dar origem a uma perturbação depressiva, tais como:
- Temperamento: o temperamento é o que a sabedoria popular chama de feitio: “sempre foi assim desde pequenino, é o feitio”. Por exemplo, pessoas que demonstram preocupação e medo em explorar situações novas podem ter maior risco de episódios depressivos. Também pessoas mais sensíveis a estímulos negativos, mais ‘pessimistas’, poderia dizer-se, poderão estar mais propensas a desenvolver esta patologia;
- Fatores de risco familiares / experiências adversas na infância: tais como abuso ou negligência, alcoolismo, elevados níveis de conflito familiar, baixo nível de envolvimento, ou acontecimentos de vida com forte impacto como divórcio, doença prolongada, morte ou luto, etc;
- Dificuldades ou obstáculos como dificuldades financeiras ou falta de suporte social.