A educação infantil e o período de infância
O período da infância é um período preenchido por inúmeras mudanças e nem sempre é fácil para os pais lidar com elas. A educação infantil consiste na educação de crianças, com idades entre 0 e 5 anos e ajuda nesta fase crítica de mudanças. As birras, por exemplo, são comportamentos normais em determinada fase do desenvolvimento da criança. No entanto, é natural que causem frustração e dificuldade nos pais, sobretudo se forem muito acentuadas.
As birras são características sobretudo no período entre os 18 e os 48 meses e atingem um pico entre os 2 e os 4 anos de idade, coincidindo com a altura em que a criança está a adquirir a sua autonomia e a tentar dominar o contexto onde se encontra. Conheça o papel da educação infantil para lidar com as birras.
Quando falamos em birra, falamos em manifestações caracterizadas por choro, gritos, pontapés, rigidez, agressividade, espernear, atirar com objetos, entre outros comportamentos de confronto e resposta à frustração.
As birras e a importância da educação infantil
Mas afinal, porque é que as crianças fazem birra? De que forma as birras estão ligadas à educação infantil? A explicação é relativamente simples: porque a criança ainda não tem mecanismos para lidar com a frustração, capacidade para perceber o futuro e adiar as suas vontades, competências de resolução de problemas ou mesmo linguagem verbal suficiente que lhe permita expressar as suas emoções e necessidades. Além disso, as birras coincidem com um período em que a criança está a tentar adquirir a sua autonomia. Por isso, muitas vezes a birra surge por desejo de independência, isto é, a criança quer realizar tarefas que vão além das suas capacidades e quer fazer coisas que ainda não lhe são permitidas.
Segundo a educação infantil sabemos também que há fatores que potenciam a birra: fome, sono, cansaço, contextos ou ambientes novos ou estranhos e momentos críticos, como a hora de refeição ou a hora de deitar.
Quais são então as estratégias usadas na educação infantil que podem ajudar a lidar com as birras? Vamos apresentar as 4 que condireamos mais importantes:
Educação infantil: 12 estratégias para lidar com as birras
– Definir regras: é importante definir regras e comunicá-las de forma clara à criança, no que dia respeito à educação infantil. Algumas regras podem ser mais flexíveis, outras não, como cumprir os horários das refeições e da hora de deitar. Tendo em conta a educação infantil, é também importante clarificar fronteiras, definindo bem as tarefas e papéis de cada um, nomeadamente fazendo com que a criança perceba que são os pais, e não ela, quem define as regras;
– Antecipar a presença de problemas: procure perceber como e onde as birras aparecem, que fatores as desencadeiam e contribuem para que elas se acentuem. Ao identificar estes aspetos pode antecipar-se e pensar previamente em soluções e estratégias. Manter uma rotina consistente e estruturada evita alguns gatilhos das birras, como o sono, a fome, o cansaço, ajudando a prevenir o problema;
– Ser consistente: depois de definir regras e consequências, aplique SEMPRE a mesma consequência para o mesmo comportamento. Na educação infantil, se não houver consistência a criança não vai criar uma associação entre comportamento-consequência;
– Comunicar com a criança: quando fala com a criança e lhe explica as regras, certifique-se de que ela está a ouvir, minimize as distrações, use uma linguagem adequada e verifique se ela compreendeu;
– Evitar ameaças vãs: é preferível uma consequência mais leve do que ameaçar com uma consequência que depois não vai, de facto, cumprir. A criança vai perceber a ambivalência e vai continuar a manifestar o comportamento. Quando a criança não obedece aos pais, é preferível que o adulto tenha uma atitude calma e refletida, se for necessário esperar um momento para parar e pensar antes de fazer alguma ameaça irrefletida que depois não se concretiza. Desta maneira vai ser mais fácil para a criança acreditar que quando os pais lhe dizem uma coisa estão a falar a sério. Este aspeto é fundamental na educação infantil;
– Não desautorizar o outro adulto: é normal que por vezes os progenitores não estejam de acordo, mas devem falar entre si para chegarem a um acordo, nunca desautorizando o outro à frente da criança. Quando um castiga ou elogia o outro não deve criticar, pelo menos na presença da criança. Desta forma, fica claro à criança que o que um dos pais decide é para ser cumprido;
– Ignorar certos comportamentos de chamada de atenção: como chorar, bater com os pés, etc. Todos os comportamentos que não acarretam riscos ou agressividade. Ao ignorar deve retirar TODA a atenção – não fique a olhar para a criança nem mostre que está irritado, continue com as suas coisas;
– Num local público, retirar a criança “do centro das atenções”: sempre que possível, retire a criança do local público onde ela está a fazer a birra, pois outras pessoas a ver constitui mais atenção e reforço do comportamento;
– Educar primeiro pela positiva: previna as birras elogiando e recompensando os comportamentos positivos e adequados. Quanto mais o comportamento positivo traz à criança coisas boas, mais ela vai reforçar esse comportamento. Lembre-se sempre deste aspeto na educação infantil e na educação pré-escolar;
– Evitar interrogatórios e sermões: estes não são muitas vezes entendidos e não surgem efeito, sobretudo nas crianças mais pequenas. Em vez disso, seja claro/a e objetivo/a;
– Não ceder às birras: a reação do adulto é fundamental e pode contribuir para pôr fim à birra ou, pelo contrário, dar-lhe força. Por vezes o melhor é ignorar, sobretudo quando são comportamentos de chamada de atenção. Em casa, os pais podem deixar a criança a fazer a birra num lugar seguro, até que ela se acalme. Quando perceberem que ela está mais calma, os pais podem perguntar se a birra já foi embora e continuar a atividade que estavam a fazer, sem sermões. As crianças não têm a mesma noção do tempo que os adultos, não vale a pena ficar zangado muito tempo por uma coisa que já aconteceu e já passou;
– Caso a birra apresente contornos de agressão, pode ser aplicada uma punição, nomeadamente a criança não obter aquilo que queria inicialmente. Recorrer a ameaças e assustar a criança não ajuda em nada e só contribui para aumentar a tensão. Os pais não devem ceder nem dialogar com as birras. Quando a criança se acalmar, os pais podem ter uma conversa com ela e explicar-lhe de forma muito breve e concreta que não gostaram daquele comportamento e que sempre que ele se repetir haverá alguma consequência. Na educação infantil, é fundamental que se cumpra o que é dito para a criança saber com o que pode contar.
Educação Infantil – sinais de alerta:
É importante também que os pais tenham em conta determinados sinais de alerta que, segundo a educação infantil, podem sinalizar a necessidade de procurar ajuda de um psicólogo:
– Quando a criança, ao fazer birra, magoa os outros ou magoa-se a si própria;
– Quando os pais não estão a conseguir gerir o comportamento da criança acabando por reagir com agressividade;
– Se a criança destrói objetos;
– Quando as birras aumentam de duração, frequência e intensidade, não sendo possível controlá-las;
– Quando as birras acontecem com muita frequência na escola.
Caso tenha alguma dúvida sobre educação infantil não hesite em contactar a Mindpoint. Temos uma equipa pronta a ajudar e especialista em psicologia infantil que pode ajudar a ultrapassar os problemas do(a) seu/sua filho(a).
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